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Procurador-chefe do MPT/AL defende importância da Justiça do Trabalho durante sessão de posse do presidente do TRT

Em solenidade realizada na sede da Justiça Federal, Rafael Gazzaneo defendeu a função social da Justiça do Trabalho e destacou a atuação do TRT e de outras instituições contra ataques ao Direito do Trabalho e à democracia; procurador ressaltou que desembargador Marcelo Vieira soube enfrentar desafios com sabedoria e humanidade

Maceió/AL – Durante a sessão que reconduziu os desembargadores Marcelo Vieira e João Leite à presidência e vice-presidência do Tribunal Regional do Trabalho de Alagoas (TRT/AL), o procurador-chefe do MPT, Rafael Gazzaneo, defendeu a importância do Direito do Trabalho e da Justiça do Trabalho como instrumentos de transformação social em benefício dos trabalhadores. A solenidade foi realizada na última quarta-feira, 23, na sede da Justiça Federal em Alagoas.

Em seu discurso, Rafael Gazzaneo lembrou que o Direito do Trabalho foi criado para reduzir a desigualdade entre empregado e empregador e que, durante seus 30 anos de existência, a Justiça do Trabalho em Alagoas vem cumprindo de forma célere com esse objetivo. Ao indagar às instituições, de forma geral, se o correto seria “ter razão ou ser feliz”, o procurador-chefe do MPT ressaltou que a Justiça do Trabalho em Alagoas tem feito a opção pela razão, pela coisa certa, sem preocupação em agradar.

“A Justiça do Trabalho em todo o Brasil e, em particular, em Alagoas, tem feito essa opção pela razão. Entre ser feliz e estar certa, sempre esteve, em regra, do lado da razão. E essa opção pela coisa certa, muitas vezes, causa incômodo. E incomoda, exatamente porque funciona, porque distribui justiça com a habitual coragem sem olhar a quem. E isso, de certa maneira, explica os muitos e muitos ataques e tentativas de extinção que a Justiça do Trabalho tem sofrido nos últimos 30 anos”, afirmou Gazzaneo.

Procurador-chefe Rafael Gazzaneo (à dir.) proferiu discurso durante sessão de posse de presidente e vice presidente do TRT (Fotos: Ascom MPT/AL)
Procurador-chefe Rafael Gazzaneo (à dir.) proferiu discurso durante sessão de posse de presidente e vice presidente do TRT (Fotos: Ascom MPT/AL)

Durante a sessão de posse dos desembargadores Marcelo Vieira e João Leite à presidência e vice-presidência do TRT, Rafael Gazzaneo ressaltou a importância da criação e instalação do tribunal no estado, como conquista inscrita na Constituição Federal de 1988. A partir desse feito, lembra Gazzaneo, ocorreu a instalação de mais Varas do Trabalho no estado e, consequentemente, o resultado obtido foi a aproximação da Justiça do Trabalho com a sociedade alagoana.

“Nesses 30 anos, tenho certeza de que a instalação do TRT em Alagoas, junto com a ampliação do número de varas, fortaleceu a Justiça do Trabalho e o Direito do Trabalho em solo alagoano. Nesses 30 anos, estou seguro de que o TRT da 19ª Região, junto com as demais instituições que integram o mundo do trabalho, participou de forma decisiva das muitas transformações sociais ocorridas em benefício da sociedade e dos trabalhadores”, afirmou o procurador.

Procuradora Rosemeire Lamarca também representou o MPT durante a solenidade
Procuradora Rosemeire Lamarca também representou o MPT durante a solenidade

Ao parabenizar o desembargador Marcelo Vieira pela recondução à frente do TRT, Gazzaneo afirmou que o desembargador, em sua gestão, soube enfrentar com a sua conhecida sabedoria os atuais desafios do Direito do Trabalho e da Justiça do Trabalho. “Tenho absoluta certeza de que Vossa Excelência, Desembargador Marcelo Vieira, com a inestimável colaboração do Desembargado João Leite, saberá conduzir a Justiça do Trabalho aqui em Alagoas nos próximos dois anos com a sua inteligência, seu conhecido senso de justiça e, sobretudo, com a sua habitual humanidade”, salientou o procurador-chefe do MPT em Alagoas.

Solenidade foi realizada na sede da Justiça Federal em Alagoas
Solenidade foi realizada na sede da Justiça Federal em Alagoas

Defesa da democracia

Ao fazer referência à importância do Direito do Trabalho durante a solenidade, Rafael Gazzaneo também lembrou dos recentes ataques ao Poder Judiciário Brasileiro, especialmente ao se referir às agressões ao Supremo Tribunal Federal (STF) e a seus ministros, e afirmou que a atitude enfraquece os princípios democráticos e, ao mesmo tempo, constitui ameaça ao Estado de Direito. O procurador também afirmou que nessas e outras manifestações há constantes apelos às Forças Armadas por uma intervenção no sistema político brasileiro, com exaltação ao regime militar e constantes referências às Forças Armadas como um possível Poder Moderador.

“Como é sabido, não cabe às Forças Armadas moderar os conflitos entre os Poderes. A CF de 1988 teve claro objetivo de pôr um fim ao regime de exceção que vigorou por uma longa noite que durou 21 longos anos. E não faria o menor sentido encerrar esse triste período de exceção, no qual perdurou uma ditadura militar, concedendo às Forças Armadas esse tal Poder Moderador”, explicou.

Para o procurador Rafael Gazzaneo, quando a democracia está sob ataque, quando ocorrem constantes investidas contra o STF, o TSE e ao sistema eleitoral, não há espaço para o silêncio. “Temos que condenar esse tipo de atitude e, ao mesmo tempo, temos que nos preparar para defender as instituições se necessário. Precisamos todos estar vigilantes e atentos para combater o bom combate, repudiando esses ataques com veemência, antes que seja tarde. Do contrário, o nosso silêncio poderá ser interpretado pelas gerações futuras como conivência”, complementou Gazzaneo.

Clique AQUI e confira o discurso, na íntegra.

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