Terceirizados que atuaram nas obras de mobilidade urbana do Estado são vítimas de calote
Mais de 50 empregados que laboraram na construção de escadarias em grotas de Maceió estão sem receber salários e verbas rescisórias; MPT notificou Ônix Construções e Secretaria de Transporte e Desenvolvimento Urbano de Alagoas (Setrand) a prestarem explicações
Maceió/AL – O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Alagoas notificou a empresa Ônix Construções e a Secretaria de Transporte e Desenvolvimento Urbano do estado (Setrand) a explicarem a falta de pagamento de salários e verbas rescisórias a mais de 50 trabalhadores terceirizados. Os empregados prestaram serviços à Ônix nas obras de mobilidade urbana de Alagoas - que incluem a construção de escadarias nas grotas de Maceió -, mas foram vítimas de um calote.
Há dois meses sem receber nenhum pagamento, os trabalhadores relataram que a Ônix Construções rescindiu o contrato de trabalho com o estado e, mesmo após receber da gestão estadual duas faturas no valor de R$ 260 mil, a empresa não efetuou nenhum pagamento de salário ou de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) aos empregados. Segundo relato dos terceirizados, a Ônix também teria dado calote em restaurantes e postos de combustíveis.
De acordo com depoimento dos trabalhadores, a Ônix Construções constantemente repassa a informação de que não há previsão para pagamentos. A construtora, com sede na Bahia, encerrou as atividades em Alagoas, mas, segundo informações preliminares, tem grandes obras nos estados de São Paulo, Bahia, Minas Gerais e até no Amazonas.
O procurador do Trabalho Rodrigo Alencar afirmou que a situação é grave e precisa de solução urgente, já que a empresa teria prejudicado mais de 50 empregados diretos e fornecedores. “A Ônix tem a obrigação de regularizar os pagamentos dos trabalhadores, mas o estado, como tomador do serviço, tem a responsabilidade de fiscalizar a situação trabalhista dos que laboram em suas obras”, disse.
Os representantes da Ônix Construções e o secretário da Setrand foram notificados a comparecer à audiência nesta quarta-feira, 6, às 14h, na Procuradoria Regional do Trabalho, localizada no bairro de Mangabeiras. Caso a situação não seja regularizada, o Ministério Público do Trabalho pode pedir o bloqueio dos bens da Ônix Construções.