MPT e entidades de saúde discutem suspensão de creche na Santa Casa de Maceió

Procurador-chefe Rafael Gazzaneo recomendou que hospital ofereça incentivo financeiro aos trabalhadores, para que possam pagar a um profissional para cuidar de seus filhos em casa; proposta busca reduzir os riscos de contágio ao coronavírus

Maceió/AL – O Ministério Público do Trabalho (MPT) recomendou, nesta terça-feira, 24, que a Santa Casa de Misericórdia de Maceió ofereça algum tipo de incentivo financeiro aos trabalhadores que possuem filhos pequenos, para que um profissional possa cuidar das crianças em casa. A medida foi proposta pelo procurador-chefe do MPT, Rafael Gazzaneo, durante uma audiência realizada de forma excepcional, a pedido da Santa Casa, diante da preocupação de que o funcionamento da creche na unidade oferece risco de contágio ao coronavírus. 

Rafael Gazzaneo propôs que a Santa Casa suspenda as atividades na creche, já que o funcionamento pode levar riscos à saúde dos filhos dos trabalhadores da saúde. “É uma recomendação importante porque é preciso evitar o avanço da doença nas crianças, mais vulneráveis a doenças, e essa exposição é um risco que pode afetar trabalhadores e toda a população. Além de diminuir os riscos, o fechamento permite que a Santa Casa diminua as despesas com a manutenção da creche durante esse período”, explicou o procurador.

Rafael Gazzaneo propôs que a Santa Casa suspenda as atividades na creche. Foto: Rafael Maia (Ascom/MPT).
Rafael Gazzaneo propôs que a Santa Casa suspenda as atividades na creche. Foto: Rafael Maia (Ascom/MPT).
Durante a audiência, a Santa Casa e os sindicatos dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem (Sateal/AL), dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde (Seesse/AL) e dos Professores de Alagoas (Sinpro/AL) discutiram se a creche deveria ser fechada ou se deveria permanecer funcionando. Todas as entidades demonstraram preocupação com os riscos à saúde da população.

Em situações normais, a Santa Casa de Maceió informou que atende a cerca de 105 crianças nos dois turnos, com uma equipe formada por cerca de 30 profissionais da educação, dentre eles professores. O Sinpro defendeu o fechamento da creche como medida para garantir a proteção da saúde dos profissionais da educação que atuam no local e, sugeriu, como outra alternativa, o funcionamento da creche com profissionais de saúde atuando com atividades de recreação junto às crianças.

Representantes do Sateal, Seese e da Santa Casa de Misericórdia discutiram o funcionamento da creche da unidade de saúde. Foto: Rafael Maia (Ascom/MPT).
Representantes do Sateal, Seese e da Santa Casa de Misericórdia discutiram o funcionamento da creche da unidade de saúde. Foto: Rafael Maia (Ascom/MPT).

Já o Sateal e o Seesse também demostraram preocupação generalizada diante do avanço da doença. Os representantes pontuaram que é necessário encontrar um consenso sobre o funcionamento da creche, mas que é preciso avaliar o grau de risco aos filhos dos trabalhadores.

A Santa Casa de Maceió afirmou que irá avaliar a recomendação de suspender as atividades da creche e oferecer um auxílio financeiro aos trabalhadores. A instituição adiantou que implementou um comitê de crise para discutir todas as ações necessárias que possam minimizar os riscos do coronavírus.

Tags: Covid-19

Imprimir