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Teletrabalho: pesquisadora da UnB elogia modelo de trabalho à distância da PRT19

Mesmo com pouco tempo de experiência, unidade do MPT apresentou percepções positivas de modalidade de trabalho

Membros e servidores da Procuradoria Regional do Trabalho da 19ª Região colaboraram, na semana passada, com a pesquisa “Desenho do Teletrabalho: Percepções e Práticas”, da mestranda em Administração da Universidade de Brasília (UnB) Juliana Legentil. Por meio de entrevistas individuais e grupos focais, a pesquisadora colheu informações de teletrabalhadores e gestores sobre a modalidade de labor na unidade do Ministério Público do Trabalho (MPT). 

A pesquisa tem por objetivo identificar percepções e práticas associadas ao teletrabalho, investigando eventuais relações entre as características sociodemográficas e funcionais dos trabalhadores e a teoria de desenho do trabalho.

“Espera-se que esse estudo possa contribuir para o aprimoramento da gestão do teletrabalho nas organizações, além de permitir a formulação de estratégias que potencializem os benefícios do teletrabalho e reduzam a possível ocorrência de desdobramentos indesejáveis, como o isolamento social”, explica Legentil.

Além do MPT, a pesquisadora realizará levantamento similar com outra instituição pública para elaboração da dissertação. A acadêmica também considerará no seu estudo relatórios técnicos de pesquisas já concluídas sobre teletrabalho no serviço público brasileiro. Diante dessa reunião de dados, viabiliza-se o estudo comparado.

Experiência da PRT19

A maior parte dos órgãos pesquisados pela mestranda possui uma frequência de teletrabalho maior que a do MPT. Neles, os servidores retornam à sede da instituição uma vez por semana ou, em alguns casos, a cada quinze dias, o que implica num nível de flexibilidade e de autonomia maiores.

"Em Maceió percebo que a instituição passa por uma fase importante de adaptação à modalidade de trabalho, sobretudo por parte dos gestores. O teletrabalho requer um olhar orientado para a gestão do resultado e essa mudança cultural leva tempo e demanda investimentos em pessoas e ferramentas tecnológicas", relatou Legentil, que elogiou a experiência de pouco mais de um ano na modalidade da PRT 19.

Sobre as conclusões preliminares das entrevistas individuais e grupos focais, que compõem a pesquisa qualitativa, Legentil alerta que os resultados não são generalizáveis porque sofrem influências de contextos diferentes. Instituições com normas regulamentadoras mais flexíveis ou mais restritivas terão percepções distintas sobre o teletrabalho a depender do ponto de partida de análise.

“O que posso dizer em linhas bem gerais, sem ser rasa, é que o servidor percebe a melhoria do bem-estar, a possibilidade de equilíbrio entre família e trabalho, aumento do comprometimento com o resultado do trabalho tanto de modo quantitativo quanto qualitativo. Parte desses pontos positivos são perceptíveis também na visão dos gestores. Para seguir dessa forma, é necessário agir com transparência na relação entre as partes”, disse a mestranda.

No que se refere aos pontos negativos, existe a preocupação com efeitos indesejáveis, como a perda de identidade com a instituição: “O modelo que o MPT adotou nas regionais, onde a frequência do teletrabalho gira em torno de dois dias por semana, aparentemente tem mitigado prejuízos. Não se percebe até então traços de isolamento ou de redução de pertencimento em relação à organização”.

Segundo Legentil, um dos grandes desafios do teletrabalho é o processo de comunicação não só entre gestor e teletrabalhador, mas também o de comunicação institucional como um todo, de modo que o teletrabalhador não deixe, por exemplo, de ter ciência do que ocorre na organização nos dias em que ele estiver ausente.

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